quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O Brasil está preparado para ser um país da terceira idade?

Reproduzo, abaixo, um artigo interessante veiculado pelo jornal Estadão Projetos Especiais e que mostra as conquistas e as necessidades para que alcancemos um Brasil com saúde, na ampla expressão da palavra, digna para nós brasileiros:

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. 

"A sentença é de Albert Einstein e se aplica perfeitamente a todos os campos do pensamento e do desenvolvimento humano – e não seria diferente com a medicina, a saúde e o conhecimento em torno de como viver mais e melhor.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida média dos brasileiros era de 71,3 anos em 2003 e, atualmente, está na marca dos 75 – com projeções confiáveis de que alcançará a casa dos 80 anos já em 2030

Traduzindo: a população acima dos 60 anos vai mais do que triplicar nos próximos 20 anos, pulando dos 23 milhões atuais para 88,6 milhões de pessoas.

Essa conquista de longevidade, porém, não se estabeleceu por acaso. O crédito é do avanço notável da medicina, por meio não apenas de medicamentos, mas também de exames cada vez mais modernos e altamente tecnológicos, e também do aumento do acesso aos recursos de saúde, sejam públicos, sejam privados. E a demanda por eles só vai aumentar.

Como viver bem esta nova dinâmica populacional, aumentando a qualidade de vida através da saúde física e mental, além da social e econômica? Os desafios ainda são enormes, apesar da melhora de muitos indicadores no País – e vão da universalização do acesso à saúde até a utilização de recursos diagnósticos e medicamentosos, que se desenvolvem a passos largos.

Em busca de qualidade

O País padece de investimentos em saúde e é nesta área que mora a principal preocupação dos brasileiros desde 2008, segundo uma pesquisa encomendada pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), no ano passado. Para 45% dos entrevistados, trata-se do pior problema do Brasil, ganhando de outras cinco categorias – somadas, inclusive: segurança (18%), corrupção (10%), educação (9%), desemprego (4%) e miséria (2%).

No campo da saúde suplementar, os números são notáveis. O País já é um dos dez maiores mercados de planos de saúde no mundo e, segundo dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), possui mais de 71 milhões de beneficiários. Apesar de tantos terem saído da medicina pública, o cenário não melhorou tanto para quem utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS). Filas de espera, exames diagnósticos mal elaborados, baixo pagamento aos profissionais da saúde e baixa cobertura de atendimento são só algumas das questões que minam a área.

O SUS, criado em 1988 e inspirado no Sistema Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido (de 1948), padece com entraves orçamentários e, consequentemente, de recursos de qualidade que tão bem conhecemos.

Embora todas essas questões, a população avança em sua esperança de vida através de uma combinação de fatores que incluem não só os saltos médicos e farmacológicos (o Brasil é o sexto mercado farmacêutico do mundo) como também a higiene pública, o saneamento básico adequado e as melhorias ambientais.

Tecnologia: uma aliada de peso

Na metade da década de 1970 o Brasil experimentou, pela primeira vez e muito timidamente, a ultrassonografia aplicada à medicina. Dito assim, não se poderia imaginar que, tão pouco tempo depois, seria impossível pensar na ginecologia e obstetrícia sem este recurso elementar.

Isso faz apenas 40 anos. No entanto, muito mais recentemente, podemos apontar várias descobertas da medicina que estabeleceram um novo patamar de saúde, para não dizer de estilo de vida. Para o tratamento clínico, os medicamentos são descobertos e produzidos de forma impressionante. Não por acaso a indústria brasileira da saúde exporta para mais de 180 países e teve crescimento de 10% em vendas em 2014.

As descobertas do genoma humano e todo o leque de possibilidades aberto por essa nova fase das pesquisas com células-tronco, as novas drogas e terapias contra o câncer e aquelas que aumentam a sobrevida de pessoas portadoras do HIV.
história da medicina alavancam nossa expectativa de viver muito e com qualidade a níveis jamais experimentados anteriormente. Tanto quanto as

De fora desses avanços na última década também não podem ficar as técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e robotizadas, que diminuem os riscos em todas as fases do processo, tornando possível, inclusive, salvar vidas que antes se perdiam e aumentar a sobrevida do paciente.

Ao lado desses avanços ainda se acrescenta o setor de diagnósticos: para citar apenas alguns, a ressonância magnética funcional, o ecocardiograma 3D e a tomografia computadorizada (...) são exemplos de progresso e benefícios para as pessoas.

Exames como ressonância magnética e tomografia computadorizada são exemplos do progresso da tecnologia na medicina.

E por fim, como não falar da tecnologia da informação? Inegável o quanto o universo on-line, movido pela internet e pela troca de conhecimento na rede, influencia o dia a dia tanto de médicos como de pacientes. Há uma unanimidade em afirmar que a tecnologia – incluindo aquela tão rápida e aparentemente simples do seu smartphone – mudou para sempre a maneira como se pratica medicina e como dela se participa.

Um exemplo simples que prova o imenso e variado alcance da tecnologia no setor é a ação da Secretaria da Saúde: até o último 24 de julho foram enviados sete milhões de torpedos para incentivar a doação de sangue. As mensagens de SMS pretendiam estimular as pessoas a doarem no inverno, período em que os estoques de bolsas nos hospitais caem 30%: cerca de 20 mil bolsas deixam de ser coletadas.

Diante de tão profundas e vastas transformações, a área da saúde no Brasil e no mundo impõe novas demandas, desafios não calculados e, principalmente, uma realidade com faceta mais includente. Para incluir com qualidade muitos passos ainda são necessários, mas muitos também já estão sendo dados em nome de uma vida longa e, sobretudo, melhor.

Inovação: diagnósticos cada vez mais precisos

(...)

Em se tratando de saúde, a maior assertividade nos diagnósticos por meio de exames e, consequentemente, o direcionamento mais eficaz dos tratamentos é ponto primordial para manter a qualidade de vida do paciente e a primazia no setor.

O avanço da tecnologia tem possibilitado diagnósticos cada vez mais precisos.

Tendo em vista a importância dessas necessidades, a implementação constante de novas e melhores soluções ao longo dos anos resultou em ganhos relevantes tanto para as instituições de saúde – que investem e, portanto, esperam por resultados satisfatórios traduzidos em rapidez e assertividade nos processos – quanto para os pacientes, que ganham maior segurança e veem seus esforços em prol da saúde maximizados."  (Fonte: Jornal Estadão)

Marcelo Drumond
Vereador


Nenhum comentário:

Postar um comentário